Olá amigo, como estão as coisas? Vamos falar de Polimento Automotivo?
Já está lavando seu carro e cuidando das microfibras como um profissional? Fico feliz com as mensagens de agradecimento que venho recebido freqüentemente pelos artigos.
Hoje eu irei falar um pouco para você sobre polimento automotivo, chamado por alguns de revitalização de pintura, cristalização, espelhamento e por aí vai, prometo que em breve irei escrever um artigo separando muito bem esses conceitos e lhe ajudando a entender as pequenas particularidades que separam o entendimento de cada um. (Podem cobrar!!)
Eu garanto que só de falar em polimento automotivo eu já causei arrepios em alguns, não é? A verdade é que Polimento é o mais injustiçado conceito do Detailing atualmente, condenado por uns e vangloriado por outros. Mas a final, o que ele é?
Como já falei anteriormente a preparação é a chave alcançar um excelente resultado nos cuidados com carro. Não importa quão boa for a sua cera, ou quantas camadas você aplique da mesma você nunca chegará a um resultado “perfeito” sem gastar um pouco de tempo na preparação adequada. A preparação adequada envolve dois passos cruciais.
O primeiro passo é a remoção completa dos contaminantes da pintura, processo esse que já foi explicado em outro artigo aqui do nosso blog, deixando-a super limpa e lisa com um toque suavemente perfeito. O segundo passo é o tratamento do verniz, removendo os defeitos que estão na pintura por um processo de polimento, termo que usaremos para definir a princípio de forma mais ampla como o processo de remover ou mascarar defeitos da pintura, realçando a pintura e deixando-a no ponto ideal para receber um protetivo.
Essa etapa de polimento é comumente pulada ou esquecida por muitos detailers entusiastas (no pior dos casos vemos muitas pessoas falando que poliram o carro, onde é notório que a pessoa não sabe ao menos o que é polimento, por exemplo: “Hoje eu vou lavar meu carro e dar aquele polimento com cera importada”). Engraçado também que o mesmo que banaliza o termo polimento no lava jato, abomina e acha um absurdo se pensar em fazer um polimento automotivo com máquina. Isso deve ser por conta que eles não sabem realmente o que polimento faz, ou talvez por não ter confiança suficiente em fazer ou até por não confiar tanto assim em seu lava jato de confiança.
Irei separar esse artigo em 4 partes, para conseguir separar bem o assunto e conseguir lançar alguma coisa antes do ano que vem.
Ao ler todas as partes desse artigo de polimento automotivo você vai aprender:
- Quais são os mais comuns defeitos de pintura;
- Entender quais as possibilidades de solução;
- Aprender o que é possível fazer a mão e entender como funciona!;
- Como é o processo básico de polimento automotivo com máquina.
O que são então esses defeitos de pintura?
Nas pinturas modernas (basicamente qualquer pintura feita dos anos 90 para cá) a composição básica da pintura automotiva é Primer, Base (tinta, tom) e Verniz. Nesse artigo irei mencionar os defeitos de pintura considerando os defeitos que ocorrem no verniz.
Defeitos de pintura de modo generalista é algo que acontece “cortando” o verniz de uma forma parcial ou total. Isso inclui: manchas, névoas, riscos, arranhões, marcas de pedra, marcas d’água e ação ácida causada por dejetos de pássaros ou insetos atropelados. De longe o Defeito de Pintura mais simples e comum de se ver é as marcas de pedra, que aparecem normalmente na frente dos carros, principalmente se o carro for um estradeiro. Contudo, é bastante comum vermos pinturas com riscos e dejetos, e por que não arranhões? Se você for comumente ao supermercado e não tomar cuidado onde for estacionar podemos considerar que você esteja em situação de risco. Defeitos que deveriam ser menos comuns mas que cada dia estão aparecendo mais são marcas de polimento e hologramas, que por sua vez são marcas curvas causadas por um polimento executado, possivelmente, de forma desastrosa, ou por quem não estava capacitado para tal.
Marcas de pedra e arranhões eu julgo fácil de entender, todos temos conhecimento que apesar de ser um superfície bastante dura, um impacto muito forte ou o atrito de algum objeto mais pontiagudo será o suficiente para danificar nosso lindo, translúcido e belo verniz. Mas e os riscos, manchas de água e manchas fortes? O que são e como eles são criados? Riscos na maioria dos casos são traços de forma circular (elíptica) muito finos que vistos na luz do sol parecem uma enorme teia de aranha. Eles normalmente são resultado de processos inadequados de lavagem, é quase garantido que seu carro tenha caso você use aquelas lavagens automáticas (com aqueles rolos).
Outro clássico causador de marcas e riscos são as tradicionais esponjas de lavagem, elas não dão condições da sujeira se soltar de forma livre e segura da pintura durante o processo de lavagem, em outras palavras a sujeira é literalmente esfregada contra o verniz com uma ligeira força, porém suficiente para causar riscos leves que podem ser vistos ao sol.
Uma confusão popular é o por quê as marcas são em formato redondo se o movimento nem sempre é em formato de círculo. Alguns afirmam até que caso não se faça lavagem com movimentos circulares essas marcas não aparecem. Isso não é verdade! A razão pelo qual as marcas (swirls) aparecem em formato de circulo quando olhamos um reflexo do sol ou de outro ponto de luz é que o risco presente na pintura captura e reflete a luz de forma irregular e reflete a luz proveniente desse ponto central em todas as direções. O efeito deles serem todos circulares é apenas “uma ilusão” se é que você me entende.
O que você pode contestar da seguinte forma, mova-se lateralmente enquanto você olha para os riscos que você irá notar novos riscos surgindo e riscos que antes apontavam para um lado apontando para outro. O que você deve fazer nesse caso, para observar a real posição de um risco é a pintura com uma fonte de luz difusa, e ai você irá descobrir que esses riscos são extremamente randômicos em todas as direções; eles então só aparecem de forma circular quando você está vendo de uma fonte de luz em forma de um ponto, como o sol.
Marcas d’água normalmente surgem na pintura quando é utilizada água pesada (comumente conhecida como água de poço) para enxaguar o carro e deixa-se o carro secar de forma natural, ou seja, ao tempo. Quando a água seca ficam apenas os acúmulos de “sal”. Em alguns casos os resíduos podem ficar tão duros que a remoção fica difícil, até com um polimento com máquina.
Em situações extremas esses resíduos podem atacar o verniz por completo causando desplacamento, mas felizmente, isso não é tão comum. Esse desplacamento é ocasionado por um efeito de erosão causado na parte mais alta da tinta, atualmente com os vernizes tal situação foi amenizada. Porém o verniz não é um campo de força, então não deixe de cuidar, resíduos ácidos como fezes de pássaros continuam causando um grande estrago em verniz e esse desplacamento é um caminho sem volta. Então recomendo que remova os contaminantes o quanto antes/rápido puder, assim você não correrá riscos de danificar a pintura.
Nem todos os defeitos que ocorrem no verniz podem ser solucionados/removidos. Alguns defeitos mais críticos são tão profundos que não é viável a remoção dos mesmos. Como falei há pouco, a tinta de um carro é na verdade composta de 3 camadas; a camada base conhecida como primer, a camada que dá a cor a pintura e por fim o verniz que é de onde vem o brilho e a proteção. O verniz na maioria dos carros modernos tem o dobro da espessura da camada de cor e é nele que tudo acontece. A maioria dos defeitos que citamos ocorrem no verniz e podem ser completamente solucionados com o processo de polimento. Contudo, se o defeito penetrou demais no verniz, ou ainda mais, passou e alcançou a camada de tinta, o polimento não vai lhe ajudar muito.
Nesses casos a única opção é ir para uma funilaria e executar a repintura no local afetado, e por minha experiência eu posso garantir que muitas marcas de pedras se enquadram nessa última situação. Um teste bem prático para saber se o defeito (normalmente risco) pode ser reparado com um polimento é o teste da unha, se você passar a unha sobre o risco/defeito e a unha de alguma forma sentir o risco (agarrar), mesmo que de forma muito sutil, há chance dele ser muito profundo para ser corrigido apenas com um polimento.
Mas quando poderei saber se os defeitos são passíveis de correção?
Defeitos podem ser corrigidos de duas formas. Primeiramente, você pode diminuir a camada de verniz com um polimento um pouco mais agressivo até o defeito não estar mais visível. Normalmente, é seguro remover até 25% da camada de verniz em toda vida do carro; além disso já corremos risco de ocasionar defeitos na pintura. O benefício dessa técnica é que os defeitos são permanentemente removidos, mas por outro lado, em casos extremos a camada de verniz pode ser comprometida, ainda mais em uma base irregular.
A segunda opção é tentar tirar alguns riscos de forma branda com um processo de polimento mais suave e então tentar esconder ou mascarar os remanescentes com algum produto específico antes de aplicar um selante ou uma cera. Esse é sem dúvidas o método mais seguro de corrigir , porém tem o ponto negativo da correção ser apenas temporária; irá durar o quanto o produto que preencheu o defeito permanecer, quando ele se desgastar e sair do verniz o risco “volta”.
Além de escolher a forma que você irá corrigir a pintura você terá que fazer mais uma escolha de trabalhar a mão ou com máquina. Executar um polimento a mão não é necessariamente uma perda de tempo como muitos falam. Na verdade se os defeitos de sua pintura forem demasiadamente profundos ou a pintura for muito dura mesmo nos riscos leves, você irá ter grande trabalho realmente para removê-los a mão; Porém uma boa preparação a mão melhora bastante o aspecto do carro.
Polimento com máquina abre uma infinidade de opções, boas e ruins. Com máquina você pode fazer uma correção completa até com grandes defeitos no verniz, é possível também em um curto espaço de tempo remover verniz em excesso. Se você estiver pensando em se aventurar profissionalmente, e trabalhar com carros de terceiros, eu recomendo você fazer uma capacitação para que possa garantir que não vai danificar o carro de um cliente.
Os ensinamentos que eu falarei a seguir servirão para você começar a ter a base sobre todo o processo de polimento, mas faça isso com responsabilidade. Em seu carro!!
Aqui eu termino a parte 1 do nosso artigo. Creio que com isso você esteja afiado quando falamos dos defeitos de pintura. Na próxima parte desse artigo falaremos de Compostos, Polidores, Lustradores, Abrilhantadores e Pré-Waxers.
A Parte 2 já está no ar!! Veja os detalhes de como fazer o processo de Polimento Manual em seu carro!
Está gostando?? Deixe um comentário aqui e compartilhe com seus amigos! Polimento Automotivo tem que deixar de ser um mito!
Nos vemos lá!
Dyego Belisário